sexta-feira, 12 de março de 2010

Parte do Livro Máscaras da vida (continuação)








Parte do Livro Máscaras da vida (continuação)



- André que triste, nossa eu não sabia que você estava com um problema desses tão grande...E eu nem estava por perto pra te consolar, para te dar um abraço, uma palavra de conforto... Nossa agora eu que estou me sentindo uma monstra...
- Não Alice, não é culpa sua, e de mais a mais, agora você esta aqui pra me ouvir, e você não imagina o quanto isso é valioso para mim... Talvez você possa me ajudar e ajudar minha prima mais do que imagina...
- Como assim André? Não estou entendendo...
- Tem uma coisa que eu gostaria de lhe pedir, mas não sei como Alice...
- Fala ué! Estou curiosa! Você sabe que tudo que estiver ao meu alcance que eu puder fazer pra retribuir toda a ajuda que você tem me dado eu faço de bom grado né?
- Bom, a Adriana, vinha escrevendo um diário mental do ano passado pra cá, ela uma vez veio me confidenciar que era um projeto pessoal dela, e que seu sonho era um dia ter coragem de divulgá-lo, torna-lo publico, para que um dia quem sabe se ela não tivesse mais viva, que pudesse ajudar alguém com pensamentos perturbadores iguais aos que ela tinha. A idéia dela era que, as pessoas que sofrem, às vezes sofrem por que acham que só elas sentem aquilo, ela achava que poderia com suas palavras, confortar quem se identificasse com seu diário, e que esses possíveis leitores, se motivassem a lutar por suas vidas e felicidade para que não acabassem iguais a ela.
É claro que eu briguei muito com ela na época, fiquei assustado, enfim achei um absurdo, mas ela disse que não estava pensando em se matar, e que escrever estava ajudando muito e que precisava continuar, disse que o fato de divulgar seu diário quando estivesse morta, não queria disser que se suicidaria e que poderia ser dali a muitos anos, ou então quando se sentisse curada da depressão. Ela até fez um trocadilho brincalhão na época... Era: “Morte e Renascimento”.
- Bom não sei como foi que ela me convenceu, mas acabei aceitando tentar publicar seu diário caso viesse a lhe acontecer algo.
- Nossa! André que estória!! Poxa! E qual sua idéia exatamente?




- Então Alice, eu li e reli, e gostaria que você o lesse também, eu estava pensando que você poderia encaixar como depoimento no livro que esta escrevendo, claro se você achar que casa com seu livro a estória dela...
- Claro André, vou ler sim e te dou uma resposta amanhã mesmo, mas se você que esta a par do meu livro, que aliais eu até considero um livro feito a três, pois tem muito de você e da Dra. Ruth também você sabe disso né? Eu estou apenas organizando as idéias e montando esse livro... Então eu tenho certeza que o diário da sua prima cabe sim, pois confio em você, e se isso vai ajudar a realizar o sonho dela, infelizmente depois de morta, então vamos realizá-lo. O sonho dela junto com o meu rsss, e onde quer que ela esteja que veja o nosso sucesso e possa vibrar de lá junto conosco né?
Após André sair de minha casa, naquela tarde, imediatamente comecei a ler o diário de Adriana, não sosseguei enquanto não terminei de lê-lo e fui dormir pensando na melhor maneira de encaixa-lo no livro.
Acordei no dia seguinte com o cantar dos pássaros, virei em direção ao criado mudo a fim de ver o horário, ainda estava sonolenta, o relógio marcava 7h00 da manhã, realmente estava cedo, mas fui tomada de uma euforia, eu queria logo acordar e escrever tudinho, acho que era o depoimento da prima de André o que faltava de diferente para eu concluir o livro.
Fui pra cozinha preparei algo para o desjejum, tomei um café forte e me pus a trabalhar, afinal eu tinha que aproveitar, era Domingo e segunda-feira eu voltava a trabalhar.
Bom, devo dizer que por mais que pareça estranho, eu preferi não mexer em uma única palavra do depoimento de Adriana, preferi deixar o texto fiel e assim realizar seu ultimo sonho, ao menos acho que se ela estivesse viva preferiria assim. (Ai me subiu um calafrio... Agora me dei conta que o livro terá co-autoria de uma morta...).
Que seja!

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