quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Literatura: Conto " A Festa"

Festa



Tudo parecia maravilhoso, uma festa grandiosa, em uma mansão maravilhosa, e eu estava lá, cada detalhe era perfeito, muito gosto na decoração. A casa ficava localizada em um morro, tinha três andares e um terraço no terceiro, era toda branca, sua arquitetura lembrava as casas gregas, nesse terceiro andar era onde se concentrava a maior parte dos convidados , exatamente no terraço onde algumas bandas de rock tocavam, os garçons serviam bebidas, e as pessoas bebiam e dançavam animadamente.
Eu estava feliz, tudo estava perfeito, todos se divertindo, muita bebida e muita gente bonita. Porém, lá pelas tantas, um sujeito embriagado resolveu atear fogo em um lençol, a "brincadeira" começou a animar e logo juntaram mais dois e jogaram o lençol em chamas para baixo, abaixo ficava localizada uma favela, o lençol caiu sobre a cabeça de uma moradora dessa favela que ficou com o corpo em chamas acabando por morrer.
Os moradores revoltados se uniram clamando por vingança, juntaram pedras e armas subindo o morro para invadir a casa, queriam a morte de todos que estavam na festa.
Olhando aquela cena, senti vontade de sumir desesperadamente, todos os freqüentadores da festa tentavam sair de alguma maneira se atropelando desesperados pelas escadas, assustados pelo alvoroço e barulho de tiros ameaçadores.
A dona da mansão desesperada com o que aconteceria em sua casa chamou a policia que, em pouco tempo, chegou. Foi como se houvesse uma guerra acontecendo, via-se carros e tanques com bazucas, metralhadoras e policiais, com sede de morte de um lado, e de outro moradores da favela com sede de vingança, no meio a mansão com as pessoas que seriam fatalmente massacradas, pois, a ira dos policias e dos favelados juntos, indicava que não haveria piedade, todos estavam fadados ao massacre!!
Dentro da casa as pessoas tentavam se esconder, trancar-se nos banheiros sair pelas janelas, tentar sair de lá despercebidos, eu mesma estava em desespero tentando sair urgentemente dali, um terror tomava meu ser, não queria estar ali de jeito nenhum.
Alcancei o jardim da casa onde estavam alguns policiais, atirando para todos os lados, e alguns cineastas e jornalistas arriscavam-se a cobrir o caso filmando deitados no chão.
Felizmente consegui fugir do local, mais com muito medo, e sem olhar pra trás, com o risco de levar uma bala perdida.
Porém, a sensação daquele, sonho ter se tornado um pesadelo, e aquela casa maravilhosa ter se tornado o cenário de um massacre não abandonaram jamais o meu espírito.

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