quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Parte II. Poesias: "Mascaras da vida"






Parte II. Poesias:

Antes de entrar com os depoimentos, decidi colocar duas poesias aqui, pois, escrever pra mim às vezes é uma forma de eu mesma lidar com meus sentimentos e suprir algumas carências...



Crença

Acredita seu cretino!
Cretino que crê
Que algo anormal a sua vida pode lhe acontecer
Não há um por que.
Mas ele crê
Crê em ilusões
Tranca-se em um porão
Amarra-se em um cordão
Dentro de sua mente
Dentro de seu sonho
Até cansar de crer
Até cansar de ser
De ser um cretino
Que crê naquilo
Que jamais há de lhe acontecer.




Negrumes


Plantei amargura
Em infértil vida
Colhi desdém
Procurei cura,
A vida sussurrou
Que amar cura
Amargura
Amar quem?
Amar a vida?
Se a vida desdém me tem!
Fertiliza - lá com estrume
Infértil negrume
Esquecer que a terra
Abocanha e se esquece
Regada no sangue
Desse inverno...
Devolve-me ao inferno
Sem amor para amargura...
Sem cura pro desdém.









As poesias podem também transparecer um conflito interior, a dor de um tipo de carência a solidão e desesperança (no caso das poesias acima).
Também, devo confessar que esta latente um certo sentimento de conformismo, (quando não estamos motivados a continuar, a seguir um objetivo em nossas vidas, surge um sentimento de angustia sufocante, mas nos achamos incapazes de enfrenta-los, achamos desculpas para tal atitude, tais como: Sou um fraco, eu não posso, não irei conseguir, Como chegarei lá sem ajuda e apoio, sou vitima de minha situação e destino).
Sempre que tento buscar respostas, acabo escrevendo poesias que reflitam meu estado de espírito, mais não vou ficar aqui falando sobre os meus dilemas existências, não quero provar nada através de minhas emoções, apenas estou me inserindo a um contexto, que acredito que todo o ser humano em maior ou menor grau vive. Um conflito interior ao qual procura sem sucesso respostas em seu exterior quando na verdade a resposta esta sempre dentro de nós mesmos.

Daqui a diante, serão apresentados relatos e depoimentos de pessoas que contam como convivem com suas carências diariamente e com que vícios tentam driblá-las. (Observação todos os nomes usados nos depoimentos são fictícios, para preservar a privacidade dos entrevistados, portanto apesar de os depoimentos serem reais, o leitor pode interpretá-los da forma que achar conveniente, como reais ou não).



Primeiramente fiquei pensando em quem eu poderia procurar para conseguir meu primeiro depoimento, foi ai que me lembrei de um vizinho, O André, um cara que vivia sempre só, de lá pra cá, uma pessoa de poucas palavras, porém agradável, sempre que nos esbarramos por ai trocávamos uma ou duas palavrinhas, mas como conseguir chegar até ele e explicar sobre meu livro? Apesar de sermos vizinhos nunca tivemos intimidade suficiente para ir um a casa do outro. Fiquei pensando e acabei me lembrando que ele gostava de freqüentar uma livraria aqui no bairro todas as tardes, era batata, sempre lá pelas 18h00, lá estava ele folheando algum livro.
Eram umas 17h00 horas de uma quarta feira, e resolvi dar uma passada nessa livraria, quem sabe não o encontraria lá? Ai era só tentar me aproximar e conversar a respeito de meu livro com o André.
Cheguei lá e fiquei perambulando pela livraria até o momento que avistei quem eu procurava, pra minha sorte eis que entra André, ele andou um pouco pela livraria antes de me perceber ali ai se aproximou sorridente e me cumprimentou.


- OI Alice, que surpresa! Venho comprar um livro?

- Oi André, tudo bem? Não exatamente comprar (risos) Para falar a verdade, eu estou escrevendo um livro sobre atitudes e comportamento humano, e estava dando uma olhada para ver se consigo achar algo que possa me ajudar aqui...
O André acabou se interessando pelo assunto, e resolvemos tomar um café que havia ali mesmo na própria livraria para conversarmos melhor a respeito. Eu disse a ele que precisaria de depoimentos, e perguntei se ele poderia me ajudar escrevendo algo ou então pedindo a algum conhecido. Ele acabou topando, não sabia que iria se interessava tanto pelo assunto também, nunca tínhamos conversado tanto antes a respeito desse assunto.

Dali à uma hora mais ou menos, a gente se despediu e André ficou de me ligar quando tivesse algum depoimento para mim.
Passou se uma semana até que André me ligou marcando um novo encontro na livraria. E lá estávamos nós dois novamente tomando café e conversando mais um pouco sobre o assunto. Percebi que ele realmente estava muito empolgado com minhas idéias, abriu sua maleta e de dentro tirou uns papéis que me entregou dizendo ser o seu depoimento:
- Espero que isso ajude outras pessoas que sentem o mesmo que eu sinto Alice. Disse André.
Ele aproveitou também para me dar dicas super valiosas, foi muito proveitoso esse nosso encontro, me encheu de novas idéias para escrever. Acabamos por nos tornar grandes amigos.
Agradeci a ajuda e colaboração de André, e cada um seguiu o seu caminho.
Voltei para casa toda feliz com meu primeiro depoimento.

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